domingo, 30 de novembro de 2008

"Mídia, Mulher e Política"

Michelle Bachelet


Michelle Bachelet, filha de um general torturado pela ditadura, exilada e ex-ministra da Defesa, personifica a história vivida pelo chileno de classe média desde o golpe militar de 1973. Como ela mesma diz, Bachelet, 54 anos, concentra "todos os pecados capitais no Chile", pois é mulher, socialista, separada e agnóstica.
O caminho percorrido pela representante da coalizão de centro-esquerda, que governa o Chile desde 1990, não foi fácil. Médica cirurgiã, pediatra e epidemiologista da Universidade do Chile, ela domina seis idiomas, casou-se duas vezes e é mãe de três filhos, e não pensava em chegar ao La Moneda, sede do Governo.
Verónica Michelle Bachelet Jeria nasceu em 29 de setembro de 1951, em Santiago, e foi a segunda filha da antropóloga Angela Jeria e do general de brigada aérea Alberto Bachelet.
Seu pai, colaborador do Governo de Salvador Allende, morreu torturado na prisão depois do golpe militar de 11 de setembro de 1973, marcando a vida da atual presidente.
Um ano depois da morte de seu pai, Bachelet foi detida pela Polícia secreta junto com sua mãe e transferida para "Villa Grimaldi", o pior centro de reclusão da ditadura.
Depois de serem libertadas, mãe e filha viajaram exiladas à Austrália e, em seguida, à República Democrática Alemã, onde continuou sua carreira de Medicina na Humboldt Universitat, de Berlim.
Bachelet voltou a seu país em 1979, retomou seus estudos, conseguiu o título de médica cirurgiã na Universidade do Chile, em 1982, especializando-se depois em pediatria e saúde pública.
Ela também retomou a atividade política, trabalhou pelo retorno à democracia e colaborou com ONGs que prestavam assistência a filhos de torturados e desaparecidos.
Bachelet, que nunca deixou sua militância política, foi escolhida para ocupar altos cargos de seu partido. Em março de 2000, o recém-eleito presidente Ricardo Lagos a chamou para seu gabinete, no qual se tornou ministra da Saúde.
Em janeiro de 2002, Lagos a nomeou ministra da Defesa. Em pouco tempo, Bachelet tomou o comando, demonstrou uma força impassível e, sem rancores nem fraquezas, ganhou o respeito dos militares.
Sua imagem pública cresceu por causa de inundações que aconteceram no norte de Santiago, quando ela apareceu em um tanque, dirigindo a operação de resgate dos desabrigados. Nesse dia, segundo os analistas, nasceu o "fenômeno Bachelet".
Por trás da imagem de candidata, há uma mulher agradável, acolhedora, com um sorriso amável e olhar direto, que continua tocando violão com seus amigos, prepara o café da manhã em sua casa e deixa sua filha mais nova no colégio todos os dias.
Seu primeiro ato como presidente foi a nomeação e juramento de seus ministros de Estado.
Em 13 de março, Bachelet aplicou sua primeira importante medida presidêncial: a gratuidade imediata do sistema público de saúde a maiores de 60 anos, o que rapidamente entrou em execução, além da criação de uma comissão especial para trabalhar na reforma do sistema previdenciário, integrada por membros do governo e de oposição. Durante os primeiros meses de sua gestão o governo de Bachelet se concentrou em dar cumprimento às "36 medidas dos primeiros cem dias" que havia prometido durante a sua campanha. Um dos pontos mais importantes foi a confirmação de uma comissão para estudar a reforma do sistema eleitoral binominal, ao qual a oposição imediatamente se opôs.

O que a mídia diz sobre Michelle Bachelet:

Para Zaldívar, o fato de uma mulher chegar pela primeira vez à presidência ajudará nessa nova etapa. "A mulher é mais sensível e por isso Bachelet será capaz de entender os problemas sociais de nosso povo e implementar as medidas necessárias para um país mais igual", disse.

Santiago do Chile, 13 out (EFE) –

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, destacou a "união nacional" existente frente à crise financeira internacional e acrescentou que o país está bem preparado, mas "mas não pode fingir ser imune" à conjuntura.A governante fez a declaração em uma "cúpula política" com os líderes de todos os partidos chilenos na qual se analisou a crise financeira e seus efeitos no país.O Chile tem "forças" para enfrentar a crise, destacou Bachelet em discurso ao fim da reunião, da qual participaram os líderes de todos os partidos políticos, desde a ultraconservadora União Democrata Independente (UDI) até o Partido Comunista.Nesse contexto, Bachelet ressaltou que todos os setores concordam em que a "conjuntura internacional deve ser enfrentada com união nacional, e não buscando vantagens que não ajudam".
"Novamente, o Chile está demonstrando ao mundo que, em momentos de dificuldade, somos capazes de chegar a um acordo e trabalharmos juntos para seguir em frente", assegurou."Esta vontade unitária é nossa mais importante couraça perante a incerteza que vem dos mercados", acrescentou.

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